sábado, 6 de abril de 2019

Aquaman

Todos os meus 5 leitores sabem do conceito que eu uso para descrever o machismo de uma forma clássica e bem estruturada em toda a nossa cultura. Machismo é um ideal de valores e virtudes que todo homem deve conhecer e praticar em sua vida. E os melhores exemplos de ideal masculino estão em varias obras diferentes na cultura da humanidade. São os heróis. E este é o review de um filme machista com um herói pouco reconhecido...

Aquaman (2018)
Dirigido por James Wan
Escrito por David Leslie Johnson, Will Beall, Geoff Johns, James Wan, Will Beall
Baseado em Aquaman - de Mort Weisinger e Paul Norris


Águamen
O filme começa contando a história de um simples faroleiro que encontra uma moça boiando ferida no mar. Ele a leva para casa para descobrir que na verdade ela era a princesa guerreira Atlanna fugindo de um casamento forjado em um reino lendário. Parece dificil de acreditar, mas dai ela atravessa a TV com seu tridente mágico. E ele soube que ela era um pouco diferente. A TV estava passando o filme clássico 20,000 leguas submarinas. Depois ela comeu seu peixinho dourado e ele sou que era o amor de sua vida.

Um caso de amor com a literatura
A história de amor dos dois reúne pequenas citações tanto a Julio Verne quanto a HP Lovecraft. O legal é a citação de que o nome Arthur vem do Rei Arthur. E o filme entrega diversas citações de literatura fantástica. E não só a literatura, mas história e mitologia também. 
Se passando no fundo do mar, o filme mostra diversas criaturas mitológicas e pré-históricas ao mesmo tempo que estabelece que existe interação direta entre lendas e realidades.
  
Respeite as mulheres ou vai apanhar bem feio!
Finalmente deram uma personagem de quadrinhos e literatura fantástica para Nicole Kidman. Como princesa de Atlantida, ela fugiu de um casamento forçado e constituiu família com o faroleiro. E eles tiveram um filho, Arthur, um príncipe que teria uma vida humilde.
Mas com o tempo, soldados atlantes encontraram a casa deles e vieram buscar a princesa. Nesse momento entendemos o Diretor James Wan. O qual entrega uma super cena de ação! Ela defende a sua família em uma cena de porrada tão bem feita, que a camera quase parada e a ação extremamente clara dão o tom de uma heroina fodona no auge de sua capacidade mental durante uma luta. Nós conseguimos entender toda a cena de ação por acompanhar uma heroina mestre na arte de chutar briocos!
Infelizmente, a princesa entende o perigo que um exercito atlante representa contra a vida de sua família e decide se sacrificar da pior forma possivel tendo que abandonar o filho que ama e o homem que quer.

A Jornada do Herói
Arthur é um herói relutante que é chamado pela princesa guerreira e heroína fodona Mera para impedir nada menos que uma guerra entre Atlântida e todos os países da superfície. Para isso, Arthur e Mera precisam percorrer diferentes lugares do mundo onde Arthur enfrentará grandes perigos para poder se consagrar como Rei legitimo de Atlântida.
O filme reconta a Jornada do Herói em sua forma mais pura. Isso significa um filme simples  e sem profundidade? Lógico que não! Aqui o filme não levou na brincadeira e conseguiu condensar nada menos que 9 aventuras diferentes em um só filme! Literalmente pegaram todos os aspectos positivos das décadas de aventuras do personagem, chamaram o escritor que melhor definiu o personagem e criaram um filme que mostra o personagem percorrendo por distantes lugares das profundezas, cada um com sua mitologia própria e identidade. Temos desde a aventura arqueológica até os horrores dos seres das profundezas!
Posso afirmar que este é mais um caso de filme baseado em tanto bom material que merecia uma série.

Valores familiares e virtudes
Podemos afirmar o caráter de Arthur através de suas ações fora das cenas de ação. O personagem é bonachão e carismático. Ele conta piadas, resolve brigas sem precisar brigar e tem um ótimo relacionamento com seu velho pai. Mas existem cenas onde ele realmente tenta fazer as coisas de forma diferente. 
Ele aceita um desafio até a morte com o próprio irmão mais novo e Rei de Atlântida. Mas antes do combate, ele realmente tenta conversar com o irmão, explica que sempre quis conhece-lo, conversar com ele e estabelecer um contato familiar.
No decorrer do filme existe todo um significado e importância na figura de, a mãe de Athur, uma Rainha guerreira e heroína fodona, é cercada de valores familiares como amor, sacrifício e principalmente o perdão. São os valores familiares que motivam Arthur.
Tanto é que Arthur nem mesmo almeja riqueza ou poder.

Mera
Filmes machistas sempre tem espaço para heroínas fodonas. Isso é um fato que eu adoro apontar. A noção de ideal masculino tem milênios de cultura onde o homem tem que ser respeitoso e responsável. E o respeito pelas mulheres tem um caráter heroico e romântico machista. Mas de vez em quando os filmes machistas exageram e entregam personagens femininas que dá gosto de falar. 
Mera é uma princesa guerreira inteligente interpretada pela talentosa Amber Heard. Uma de suas especialidades é justamente a magia das profundezas onde é capaz de manipular a própria água. Criando turbilhões, ondas, verdadeiras paredes de água e é até transformar água em poderosas laminas para perfurar seus inimigos. O que faz dela uma personagem extremamente poderosa.
E sendo mais honesto com a personagem, ela própria tinha toda a capacidade de ser reconhecida como a principal heroína fodona do filme. Já que carrega boa parte da história de Atlântida e o seu objetivo é altruísta de evitar uma guerra. Mas como ela mesma reconhece que não seria capaz de desafiar sozinha as forças de Atlântida, ela resolveu chamar Arthur, que é o outro herdeiro ao trono e que já ajudou enfrentando Lobo da Estepe no filme da Liga da Justiça.

 A consagração sem spoiler
Agora vou ser malvado. Já que não posso contar da metade pro final do filme.
Mas vale lembrar que Aquaman não precisava se sagrar como herói. Ele já o tinha feito antes no filme da Liga da Justiça, não precisava provar mais nada e nem almejava o trono de Atlantis. Sua jornada era mais intima, pessoal, diretamente ligada a sua mãe e as suas origens. Foi a descoberta de que ele fazia parte de um mundo cheio de magia com reinos diferentes com suas próprias histórias. Entender que tinha um irmão com quem poderia se matar ou se reconciliar.
O filme consegue passar uma ideia de um universo fantástico de personagens e criaturas que os próprios filmes de Star Wars perderam. Jason Momoa construiu um Aquaman bem carismático e isso sustenta boa parte do filme.

Um filmão!

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