Recentemente fui questionado (de novo) sobre quais quesitos eu levo em conta para afirmar se um filme é machista ou não. E o que eu respondo?
Filmes machistas são filmes feitos para um publico masculino que quer se identificar com um personagem imperfeito que trilhe as várias faces que a jornada do herói permite. Parece básico, mas é um pouco mais complicado. O filme mostra um personagem que nem sempre é homem e ás vezes nem mesmo é um herói.
Outras vezes o filme machista simplesmente é um filme duro e cruel que mostra o mundo com toda a violencia e horror que ele é. São filmes com conteudo mais voltados para um publico masculino, mas que não excluem a apreciação por parte das mulheres. Assim como uma novela, um livro ou uma revista podem ser feitos voltados para um publico feminino; Um filme machista é voltado para um publico mais masculino.
E normalmente os filmes para um publico masculino carrega seus próprios cliches como a já citada Jornada do Herói. A sua jornada envolve feitos quase impossíveis de superação e transformação. Onde o personagem acaba se tornando o herói que eventualmente representa aquilo que os homens querem ser. O exemplo de pessoa que todo mundo gostaria de ser.
Mas acho que seria melhor mostrar um melhor exemplo...
Highlander - O Guerreiro Imortal (Highlander 1986)
Dirigido por Russel Mulcahy
Escrito por Gregory Widen, Peter Bellwood e Larry Ferguson
Recomendado para todas as idades
Deleitem-se com a musica...
Era uma vez o distante e futurista ano de 1986. Onde a policia é chamada para uma série de explosões no estacionamento do Madison Square Garden onde um suspeito é preso e um cadáver decapitado é encontrado portando uma espada antiga muito rara. O que atrai a atenção da policial Brenda Wyatt. (Roxanne Hart)
O que ninguém sabe é que o único suspeito pelo crime de decapitação é um guerreiro imortal que foi oficialmente "morto" em 1536!
Connor MacLeod (Christopher Lambert), nascido no clã MacLeod em 1518 na aldeia de Glenfinnan, Escócia, onde os homens são chamados de Highlanders. Homens altos de terras altas. Jovem inexperiente que foi chamado para uma batalha e se deparou com um inimigo estrangeiro chamado Kurgan (Clancy Brown no melhor papel de sua carreira!) , que é um personagem inspirado em um povo antigo da Russia conhecido por sua crueldade. Na batalha entre os dois Kurgan crava sua espada no jovem MacLeod e tenta decapitar seu corpo. Mas é afastado pelos amigos de MacLeod!
E é então que as pessoas são surpreendidas pelo jovem Connor MacLeod sair do tumulo e voltar a andar entre os vivos como se nada tivesse acontecido. O que assustou a todos e acabaram expulsando-o da cidade como um bruxo.
E é assim que começa um grande clássico!
Connor MacLeod é um jovem e inexperiente quase guerreiro que se deparou com o fato de que foi morto em batalha. Porém, voltou a vida como se nada tivesse acontecido e isso assustou a sua família e amigos. E assim Connor foi expulso de seu lar. A dramatização da batalha medieval, a morte de MacLeod e por fim o fato de ser expulso a pancadas e pedradas de sua cidade já mostram ao que o filme veio. A construção do mistério de não conseguir morrer e a qualidade da narração do filme chamam a atenção até hoje. Mantendo o filme como um clássico moderno. Mas calma, o filme recém começou e tem outras surpresas.
Sem entender nada, Connor MacLeod é forçado a partir para um lugar distante onde se casa com a linda Heather (vivida por Beatie Edney) até que um dia ele é encontrado por um estranho cavaleiro de uma terra distante.
Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez (interpretado por Sean Connery, que foi premiado pelo papel) é um guerreiro egípcio muito antigo que alcançou MacLeod cinco anos depois de sua morte. E sua ligação com Connor é muito bem construída sob a musica de Michael Kamen e com as belíssimas planícies da Escócia. O que transforma o filme em um quase musical pela excelente utilização da musica.
Ramirez procurou por Connor para treina-lo e ensinar o segredo dos imortais. Como um mestre que procura o aluno.
Os imortais nascem e vivem como homens comuns até o momento onde morrem. E depois disso descobrem que não podem mais serem mortos. E isso significa não envelhecer e nem adoecer.
A única maneira de um imortal morrer é ter a sua cabeça cortada e nem mesmo a falta de ar ou mesmo o poder do trovão podem matar um imortal. No entanto, a imortalidade não é um fenômeno da natureza. Mas sim um acontecimento sobrenatural que reconhece e não permite que imortais se enfrentem em solo sagrado. E também influencia os imortais a se enfrentarem em busca de um premio. Fazendo com que os imortais sintam a presença um do outro.
É um tipo de magica.
A construção desta história poderia ser muito simples se o filme não fosse cheio de cenas épicas que merecem destaque.
Ramirez treina Connor MacLeod para que ele seja um guerreiro capaz de se defender dos outros imortais. Especialmente Kurgan, que é um dos imortais mais antigos e perigosos e é por isso que ele deve ficar longe do premio. Que pode ser o controle sobre toda a humanidade. Mas também com o propósito secreto de morrer nas mãos de MacLeod e assim passar grande parte de sua força e de seu conhecimento para ele. E assim descansar em paz.
Mas MacLeod se nega a matar o amigo. Que então lhe dá a péssima noticia de que os Imortais não podem ter filhos. E que gerar o filho de um imortal acaba por matar mãe e bebe. E que assim ele teria que abandonar a sua amada Heather para evitar o sofrimento. Mas MacLeod prefere arriscar...
Ramirez então manda que MacLeod faça uma viagem para treinar e se preparar para secretamente lutar com Kurgan, que está no encalço de MacLeod. E parece que escritores, produtores e o diretor do filme ficaram loucos pois acabaram por conceber uma das lutas mais épicas do cinema! Kurgan e Ramirez lutam sob a tempestade praticamente destruindo toda a casa de MacLeod!
Romantismo - O respeito pelas mulheres. Um dos motivos para este filme ter se tornado um clássico também é a emocionante construção do amor entre MacLeod e sua amada Heather. MacLeod vive um romance até mesmo proibido e fadado a morte. Mas ele o vive como se não houvesse amanhã! Mas o fato é que MacLeod não envelheceu junto com ela, não pode ter filhos e jamais poderia morrer junto com ela moldou o seu coração com profunda melancolia e respeito pela primeira mulher que amou. Sendo obrigado a vê-la envelhecer e morrer. Connor então faz questão de acender uma vela para ela todos os anos. E embora ele se relacione com outras mulheres, Heather sempre foi e sempre será a única mulher para ele. E poucos filmes conseguem expressar tão bem um romance.
Outras cenas épicas!
Uma das cenas mais hilárias desde filme ocorre quando Connor MacLeod e outro Imortal se lembram de um momento onde ele teria duelado bêbado com um nobre em 1783! Mas como MacLeod não pode morrer, acaba sacaneando o nobre durante toda a luta. Assistam e entendam o porque...
Outra cena épica se passa durante a Segunda Guerra Mundial! Onde Connor MacLeod faz um dos atos mais heroicos do filme ao resgatar uma garotinha do campo de batalha. A pobre menina teve os pais mortos e estava escondida quando foi achada por ele. Mas no momento em que MacLeod a pega no colo, aparece um soldado alemão e o fuzila. E é neste momento onde ele está no chão com a garotinha que ela repara que ele não morreu.
- Por que você não morreu?
- É um tipo de magica. - Responde MacLeod num dos momentos mais legais do filme! E não existe nada mais machista do que matar bandidos e salvar inocentes! E o mais legal é que ele praticamente adotou esta menina! Dando-lhe um emprego quando adulta.
O filme se passa em dois momentos diferentes. O passado é descrito com a história de Connor MacLeod e seu desenvolvimento como pessoa. E o presente pertence a Kurgan! Um vilão épico tão maligno que é capaz de jogar crianças indefesas para cães famintos só pelo prazer. Kurgan é um vilão tão amedrontador que colocaria medo em qualquer um. Seja no passado ou no presente. E no presente, Kurgan e outros três imortais vão até New York para duelarem e conquistarem o premio.
E suas cenas não são menos clássicas. Após uma luta de espadas, Kurgan é metralhado por um justiceiro que relembra muito O Justiceiro. E após enfiar meio metro de aço no Justiceiro, Kurgan decide roubar um carro. E nada como abrir o teto do carro com a espada, jogar o velho motorista fora e se divertir com a pobre passageira.
- Mamãe... Buu! - Diz Kurgan antes de dirigir como um maluco com a pobre senhora!
Kurgan é um personagem tão interessante que inspirou um certo Anti-Heroi do universo DC de quadrinhos conhecido como Lobo!
Na Imagem, Kurgan está sem cabelos pois, precisou mudar de aparência. |
Outra cena clássica é quando Kurgan e MacLeod discutem na igreja e Kurgan abusa do fato de que imortais não podem lutar em solo sagrado. Mas não deixa de blasfemar e apavorar o padre e as freiras presentes. O Vilão é tão casca grossa que consegue meter medo até esperando pelo atendimento de uma quenga. Onde meticulosamente pode ser visto montando a sua espada e brincando com a mesma.
Mas e os combates?
Eu evitei falar dos combates até agora pois, eles são um show a parte. As lutas de espadas entre os imortais são muito bem feitas e coreografadas. Com o detalhe de que qualquer coisa que estiver no meio entre dois imortais pode acabar sendo destruída por eles. E além das cenas bem feitas onde podemos ver faíscas saírem do atrito das armas, ainda temos o fato de que só estas lutas podem realmente matar um imortal através da decapitação! E não só isso, mas após a morte de um imortal, o poder e o conhecimento (mas aparentemente não as memorias) são repassados para o vencedor. E dependendo do poder do imortal morto, isso significa que a energia vai interagir e reagir de forma bem violenta! Isso significa que o ambiente eletrificado terá lampadas acendendo e explodindo! E como estamos falando de forças da natureza (um tipo de magica), então teremos vento, trovões, eletricidade e outros elementos destruindo tudo e deixando clara a natureza de matar um imortal!
E ao final do filme temos Kurgan sequestrando a investigadora Brenda em mais uma cena épica onde Kurgan resolve dirigir pela cidade e matar vários pedestres enquanto escuta Queen! Forçando o confronto entre ele e MacLeod!
A luta entre os dois é um dos pontos altos em um filme com muitos pontos altos e finalmente Kurgan perde a cabeça. A construção da luta leva a um final onde os dois imortais lutam com tanta fúria que dá até pra se pensar que os atores queriam mesmo se matar!
E o final, quando MacLeod triunfa, mostra as forças da natureza magica literalmente o devorando e aos poucos imbuindo-o de todo o conhecimento do universo! A Onisciência!
E se formos pensar, a história de Highlander se confunde com a história da humanidade e da história sobre compreender a si mesma, enfrentar inimigos terríveis que simbolizam o total desprezo pela vida humana e assim alcançar o conhecimento absoluto!
Veredicto...
Highlander é um filme machista por ser um filme que é feito para um publico masculino. E ele é tão bem feito que qualquer pessoa pode gostar do filme! Filmes machistas de verdade não se tratam de violência ou preconceito contra as mulheres. Mas de verdadeiro comportamento de macho! O que inclui o respeito pelas mulheres, homens garantindo o bem estar e a segurança das outras pessoas, cavalheirismo e romantismo!
Ou seja: Filmes machistas glorificam boas ações como valorizar a vida humana e proteger pessoas com muita coragem e atitude! E Highlander é um filme clássico pois mostra um personagem falho que busca ter estas atitudes no final.
Ou seja: Filmes machistas glorificam boas ações como valorizar a vida humana e proteger pessoas com muita coragem e atitude! E Highlander é um filme clássico pois mostra um personagem falho que busca ter estas atitudes no final.
Outra coisa que devemos entender é que o filme é clássico por ter inúmeros momentos clássicos significantes que nenhum outro filme conseguiu replicar. E fiz questão de falar de inúmeros destes momentos!
E para finalizar, infelizmente tenho que afirmar que não existem continuações para este filme!
Existem filmes que usam o mesmo nome, mas com tamanha falta de qualidade, afirmo que a verdade é que Só pode haver Um!
Eugenia, aborto, feminismo, “casamento” gay e eutanásia são temas patrocinados em virtude de uma estratégia política que envolve a destruição da família e seus valores. Da mesma forma que jogam milhões de dólares nos movimentos libertários, sociais, ecológicos e de direitos humanos para promover o caos e destruir a sociedade. Simples assim. No mais, homens que defendem o feminismo, normalmente chamados de "esquerdomachos", são ostracizados pelas próprias mulheres.
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