quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Ironclad - Sangue e Honra

   Em 1215, nobres ingleses revoltados com a tirania e a incompetência do Rei John I, se rebelaram e o forçaram a assinar um dos pilares do pensamento conservador que limitava os poderes do Rei e do próprio governo além de garantir e reforçar o pensamento de igualdade de direitos e deveres entre todas as pessoas.
   A Magna Carta foi um marco histórico pelo direito e a justiça. Mas poucos se lembraram de que o Tirano Rei John I procurou se vingar pela afronta e de como alguns poucos homens lutaram e morreram para defender princípios que moldaram o nosso mundo atual. Pois vamos a mais um review machista sobre um filme pouco conhecido...

Sangue e Honra (Ironclad 2011) 
Dirigido por Jonathan English
Escrito por Jonathan English e Erick Kastel

   Impressionante como podemos ser surpreendidos por produções completamente desconhecidas feitas por equipes muito competentes e com pouquíssimo orçamento. Sangue e Honra é um filme desconhecido que se destacou muito mais pelas batalhas sangrentas do que pela qualidade. Embora utilize uma equipe subestimada de técnicos, dublês e principalmente de atores subestimados; O produto final é um filme sólido com algumas ótimas surpresas...

"Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou tornado fora-da-lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra."
 Artigo 39 da Magna Carta

   O filme começa exatamente com o momento histórico onde os nobres ingleses forçam o Rei John I a assinar o documento que enfraqueceria todo o seu poder. Mas infelizmente, sem demais aulas de história pelo simples fato de que a Magna Carta é intensamente estudada mundo afora. Principalmente na Inglaterra.
   Menos no Brasil, aqui a Magna Carta é quase esquecida em nossa educação.

   Somos apresentados ao Rei John I interpretado pelo ótimo ator Paul Giamatti, que mais tarde no filme vai ter o seu momento de explosão que vai mostrar todo o talento deste grande ator. Após ter sido forçado a assinar um documento que literalmente destronou o Rei de seu caráter divino onde o Rei teria sido escolhido por deus para governar acima da lei e dos outros homens. (O filme tem um elenco de primeira, embora mais da metade do elenco seja injustiçado) O Rei então contrata um exercito de mercenários dinamarqueses capitaneados por Tiberius (Vladimir Kulich, que também participou de O 13 Guerreiro).
   Sua ambição é de se vingar de cada nobre que o fez assinar a Magna Carta e depois anular o documento. Começando assim a Primeira Guerra dos Barões.

   E assim somos apresentados ao Cavaleiro Templário Thomas Marshal (James Purefoy, outro ator injustiçado). Sim, os templários tiveram suma importância no conflito para formar e assegurar que o Rei assinasse a Carta assim como tiveram seu papel na Primeira Guerra dos Barões que assegurou a Carta.
Thomas Marshal é o primeiro templário a ter contato com os horrores promovidos pelo Rei John I. O que o leva a pedir ajuda ao Arcebispo Langton (Charles Dance), que chama o Barão William de Aubigny (Brian Cox). Que decide juntar uma equipe de menos de 20 homens para defender o Castelo de Rochester contra mais de uma centena de mercenários! Sendo assim um filme sobre a mais pura resistência contra a tirania.

   
   O Papel das Mulheres neste filme machista
   Kate Mara faz o papel de Lady Isabel. Que acumula a funções no filme como uma pessoa que ao mesmo tempo é a voz da razão, sendo a pessoa que questiona os dogmas e valores dos personagens ao mesmo tempo onde também é uma testemunha dos horrores da guerra. Uma personagem que é ao mesmo tempo a tentação para o herói templário assim como a sua redenção e chance de ser feliz.
   


   "Não existe honra em matar, nem mesmo por deus. Mas lutar pelos outros é algo que vale a pena. Isso é Nobre."
Thomas Marshal

   O que chama a atenção mesmo no filme são justamente as suas cenas de ação e violência. O filme reconstrói a noção simples de que espadas e machados são armas que arrancam grandes pedaços de quem quer que esteja pela frente. Que o ser humano pode ser facilmente destruído pela violência. O sangue jorra e seres humanos chegam a serem cortados pela metade em cena (uma das cenas mais brutais). Existem ótimas cenas que reconstroem os efeitos dos velhos trabucos. Existe toda uma reconstrução da batalha pelo Castelo. E assim como existe o horror e a morte, ainda existem homens que não se rendem e que decidem lutar até o fim pelo que acreditam. São dois aspectos que se chocam de forma brutal.

   O que nós temos no filme até o final é ver aqueles poucos homens dentro do castelo sendo brutalmente mortos em combate. Aceitando morrer pelo que acreditam.

   Vale a pena conhecer tanto este filme quanto a história envolvendo a Magna Carta e a sua importância para a história. Pois foi através da Magna Carta usada na independencia de paises como os Estados Unidos, Australia, Hindia e tantos outros que conseguimos compor outros tantos documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

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