quinta-feira, 28 de julho de 2016

O 13º Guerreiro


   Mais um review machista e reacionário para mais um filme machista e reacionário!
   Desta vez, o filme se baseia nos escritos reais e detalhados sobre os povos nórdicos. Descrito pelo Árabe Ahmad Ibn Fadlan Ibn Al-Abbas Ibn Rasid Ibn Hammad que percorreu o norte da Europa por volta do Século X. O filme mistura elementos culturais Islãmicos e Nórdicos. Valendo uma boa conferida!

O 13º Guerreiro (The 13th Warrior 1999)
Dirigido por John McTiernan
Escrito William Wisher Jr. e Warren Lewis.
Baseado nos escritos de Ahmad ibn Fadlan e no livro Eaters of the Dead de Michael Crichton.

   Para começar este texto, primeiro vou corrigir o erro histórico que é chamar todos os povos Nórdicos de Vikings. Afirmar isso é tão errado quanto dizer que todo carioca é assaltante ou que todo nordestino é cangaceiro. Ser um Viking significa ser um pirata. Significa atacar, saquear e colocar fogo em cidades inteiras. E nem todos os Nórdicos faziam isso. Justamente por serem inúmeros povos diferentes...

   A história começa sendo contada pelo Árabe Ahmad Ibn Fadlan (Antonio Banderas), que era um homem bem estudado sobre o mundo, porém caiu em desgraça ao se engraçar com a escrava islâmica alheia. Sendo caguetado pelo marido corno para o Califa, foi condenado ao exílio trabalhando como embaixador nas terras do norte da Europa. Onde iria ingressar em uma jornada de aprendizado, aventuras e intercambio para com o califado. Tudo para aprender a não ser besta!

   Acompanhado então pela participação especial de Omar Sharif, Ahmad Ibn Fadlan acaba chegando a um acampamento de grandes guerreiros nórdicos e acompanhando um funeral Nórdico para um Rei. Sendo uma descrição histórica precisa dos antigos funerais.

   O corpo do Rei é colocado em um navio com seus pertences pessoais. Que podem incluir armadura, espada, escudo e até dinheiro se assim os parentes deixarem. Vale lembrar que os próprios navios eram caríssimos e que um funeral nórdicos em um navio dragão era símbolo máximo de status assim como de carinho. O que vale lembrar também é que um dos costumes mais antigos era o do sacrifício voluntário de uma mulher que queira acompanhar o Rei para os salões de Valhalla. Isso pois, os nórdicos tinham sim sacrifícios humanos!
   O sacrifício da jovem deveria ser voluntário para permitir a sua entrada em Valhalla. E uma vez aceito, ela passaria a noite toda sendo mimada com todos os prazeres e delicias que os guerreiros poderem dar a ela. Desde toda a comida e bebida que quiser até poder se relacionar com todo guerreiro de modo que ela possa partir desta vida completamente satisfeita. S-a-t-i-s-f-e-i-t-a!
   E então, na hora de seu sacrificio, seria feita a oração para os deuses nórdicos e ela seria sacrificada pelo Anjo da Morte. Que é o nome que davam as sacerdotisas que desempenhavam o mais alto papel religioso da religião Nórdica.

  

   O Machismo Nórdico
   Mais tarde, um jovem chega ao acampamento pedindo a ajuda do principe Buliwyf (Interpretado por Vladimir Kulich) para defender um reino de um horror tão aterrorizante que até os mais bravos tem medo de mencionar o seu nome. E o Anjo da Morte teria que então rolar os ossos para decifrar a mensagem do outro mundo sobre quem deveria ir nesta missão. E o resultado seria que 13 guerreiros deveriam defender aquele reino.
   E é então que o próprio príncipe Buliwyf que se apresenta como o 1º Guerreiro a enfrentar este desafio. E sim, isso é Machismo! Pois se trata de homens aceitando um desafio mortal para defender um reino. Comportamento heroico que definiu o comportamento de macho!
   Seguido pelo príncipe, outros guerreiros então decidiram por se prontificarem para a missão. Incluindo Herger (Dennis Storhoi), o guerreiro espirituoso que se tornará amigo de Ahmad Ibn Fadlan. E para completar, a oraculo afirma que o último guerreiro não deveria ser do Norte, sobrando para Ahmad Ibn Fadlan o papel de 13º guerreiro em uma missão suicida.


   Quando mundos se chocam
   Ahmad Ibn Fadlan acaba então sozinho em uma terra estrangeira, sem falar a língua nórdica e ainda por cima em uma missão suicida. O que descreve perfeitamente a definição de jornada do herói!
   Jornada que envolve desenvolvimento pessoal de estudos, de aprender sobre o mundo assim como envolve aventuras e experiências em combate. Uma jornada pessoal que muda e define o carater dos homens desde sempre. Lógico que isso significa que Ahmad Ibn Fadlan deverá aprender a ser um guerreiro. Mas não sem antes os nórdicos decidirem chama-lo de Eban, pela zueira e pelo prazer de encurtar seu nome!
   A começar pelo cavalo Árabe, que de tão pequeno acaba sendo confundido com um cachorro.

   Mas viajando por dias e dias com seus companheiros nórdicos, Eban acaba aprendendo a sua língua apenas prestando muita atenção em seus diálogos. E embora o filme faça parecer como inverossímil, era exatamente assim que muitos viajantes faziam na época. Lógico, não ficava tão perfeito como no filme, mas funcionava...
   A dinâmica entre o choque entre as culturas permeia o filme todo.


   Coragem, responsabilidade e honra.
   Nada define melhor o machismo na história da humanidade do que comportamentos de coragem, responsabilidade e honra. Os 13 guerreiros chegam ao Reino do Rei Hrothgar para enfrentar os perigos e defender o reino com suas vidas, se preciso. Enfrentando inimigos que até os mais bravos não ousam falar seu nome.

   A primeira ação do grupo é investigar sobre os seus inimigos.
   Mas quando uma criança ferida aparece no horizonte, o grupo decide partir em missão de resgate distante. Chegando a uma fazendo que foi atacada e seus habitantes foram devorados vivos. O grupo então, decide montar guarda na cidade protegendo mulheres e crianças de um ataque iminente de inimigos sobrenaturais que só aparecem a noite.


   Os devoradores de mortos
   Os Wendol são um povo canibal que se identificam completamente como ursos. Usando armas de aparência aproximada com os animais. Sendo temidos por atacar rapidamente e desaparecer levando seus próprios mortos. Mas a característica mais marcante é o fato de devoram as suas vitimas. Atacando e matando indiscriminadamente.

   Após uma batalha inicial sangrenta com o grupo de heróis, decidem por fim atacar o reino com tudo o que tem. O que significa dezenas de guerreiros em grandes cenas de batalha...

   O sacrifício heroico
   Todos os 13 heróis são submetidos a batalhas mortais. Alguns vão morrer e outros iram viver. E embora suas mortes sejam trágicas, elas fazem parte do sacrifício pessoal de cada um para salvar as pessoas do Reino. Cada herói se colocou em uma situação que pode resultar em uma morte horrível e existe toda uma aceitação pelo fato de estarem fazendo aquilo pelo bem estar de seus amigos e das pessoas inocentes.

   Ou como disse Herger:
   Nosso tempo neste mundo já foi decidido há muito tempo. Pode se esconder se quiser, mas não viverá um segundo a mais. Não adianta ter medo!

   Vale muito a pena ver ou rever este filme hoje em dia. Pena que eu não pretendo contar o final só pra deixar meus 5 leitores com mais vontade de assistir este filme...
   Porém, este artigo receberá um bom update nas próximas horas...


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