sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Uma conversa numa madrugada

   Muito tempo antes de erguer uma placa com as palavras SOU MACHISTA na Marcha das Vadias eu já sabia que seria responsável por responder muitas perguntas. Sabia que muitas pessoas boas mereciam explicações melhores ainda...

   Esta é uma história curta sobre um sábado a noite onde sai com a minha camisa de SOU MACHISTA e sobre a conversa sincera que tive em um ponto de ônibus quando um rapaz homossexual que realmente se apavorou com ela.
   Ao fazer uma camisa de SOU MACHISTA, eu sabia que iria assustar e trazer muita atenção errada para a minha pessoa. E que por isso eu deveria estar preparado. Guiando aquilo que acredito e todas as minhas atitudes para algo positivo. Pois a vida primeiro dá a prova para só depois te ensinar a lição enquanto esfrega os seus erros na sua cara...

  E eu me dispus a conversar com ele de modo civilizado sobre aquilo em que acredito. O que não adiantou muito no começo, pois era fato de que ele estava sozinho a noite numa parada de ônibus com um cara que era o dobro do tamanho dele e com uma camiseta que representava exatamente tudo o que ele deveria temer...
Esse era o exato caso de uma boa pessoa que merecia uma boa explicação do que eu acredito. Mas mesmo assim calmamente expliquei que eu não sou um homofóbico preconceituoso e violento.

Ou seja; Tive que explicar aquilo em que acredito para uma pessoa apavorada.
   Bom, para começar; Expliquei que antes da definição feminista sobre o machismo: Existe a definição masculina do que viria a definir um homem. Uma definição que tem milênios e que deixa claro que valoriza o homem que vive com valores como honra, coragem, benevolência e outras qualidades.
E que o valor de um homem segundo esta visão tem tudo a ver com proteger e respeitar as mulheres, as crianças e a família.
Assim como o respeito para com LGBTs tem tudo a ver com a noção machista de MATURIDADE que separa os homens dos meninos. Que é entender e viver com respeito e bom senso para com quem tem outras sexualidades. E explicando isso com calma e respeito, deixei claro que faz todo o sentido tratar as pessoas com bom senso e justiça. Transformando o que seria um momento apavorante em uma oportunidade para uma conversa sincera sobre tolerância e respeito. Um momento que vale a pena ser descrito aqui.

  Pudemos conversar sobre outros assuntos e ele realmente estava interessado no que eu tinha a dizer. Eu estava me explicando para ele assim como estou me explicando com vocês. 

E para finalizar:
Ouve a pergunta se eu era contra o casamento homo afetivo.
E calmamente respondi que era a favor. Embora tenham pessoas que digam que tais casamentos podem acabar com a família, acredito que a minha família é forte o suficiente para aguentar e até AGREGAR relacionamentos assim sem que isso a enfraqueça ou mesmo afete.

E foi conversando assim com calma e respeito que pude demonstrar exatamente aquilo em que acredito.
QUE A DEFINIÇÃO MACHISTA DO QUE É SER UM HOMEM NÃO TEM NADA A VER COM PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO OU VIOLÊNCIA!
E foi com esse respeito que nos entendemos e nos despedimos.
No final ele até me chamou de lindo e maravilhoso: O que eu entendo como um grande elogio carinhoso...

E vocês? No que acreditam?

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